Visitem meu outro blog, o qual eu dedico todo o meu amor a uma princesinha que ganhou "Asas" e voou para o colo do papai do céu... www.anjomalu.blogspot.com.br, beijos em todos vocês da Thy, mamãe do anjo Malu!

domingo, 9 de setembro de 2012

O custo de um filho? pouco importa o que vale é ser mãe isso não tem preço...

Folha de São Paulo publicou uma matéria que abre com a seguinte pergunta: “quanto custa um filho?” Como pertenço a uma classe socioeconômica em que é culturalmente aceito e esperado levar em   consideração o quesito grana antes de engravidar, li a matéria com bastante interesse. Fiquei chocada quando vi a cifra de 2 milhões (custo total até completar 23 anos de vida, para um filho de classe média). Lembro bem do dia em que um parente – que ganha bem mais do que eu e meu marido juntos- advertiu, com toda sua prepotência: “pense bem se vocês têm grana para ter um filho”. Reagi com raiva na hora – quem era ele para dizer que eu não ganhava bem o suficiente para começar uma família? – mas fiquei quieta. O fato é que a grande maioria dos meus colegas concordaria; muitos esperaram o momento “certo”, após um determinado período de estabilidade conjugal e profissional, para ganhar o título de pai ou mãe. E nessa definição do momento “certo”, o dinheiro entrou como um dos primeiros critérios.
Não estou aqui para dizer que filhos não custam dinheiro. É evidente que custam! Até o meu cachorro quando entrou para a família há 2 anos e meio atrás aumentou de forma significativa os gastos mensais daqui de casa. Mas, e é um senhor “mas”, colocar na ponta do lápis os gastos que o casal supostamente terá depende muito das escolhas que essa família fará. Será que, para ter um bebê, você precisa:
Montar um quartinho de bebê como aqueles das revistas de decoração?
Contratar uma babá ou enfermeira para os primeiros 4 meses (enquanto está em licença maternidade)?
Ter 15 pares de sapatinhos, uma coleção de laços e frufrus, 6 conjuntinhos de linha com manta combinando e uma mala especial para lavar as roupas do bebê para a maternidade?
Comprar uma dúzia de aparelhos importados, como babá eletrônica com câmera de vídeo e acesso wireless, balanço com três níveis de vibração e 5 músicas pré-gravados, um móbile eletrônico com 6 opções de canção de ninar, além de meia dúzia de brinquedos barulhentos da Fischer-Price?
É óbvio que não! Certamente seu bebê não ligará para nada disso – e até se irritará com esses supérfluos – com exceção da babá, que, dependendo da família e do nível de participação do pai e outros familiares, pode ser muito bem vinda. Parece difícil acreditar, mas um bebê precisa mesmo é de amor e de atenção. O resto não passa de objetos que acreditamos serem essenciais – seja para facilitarem nossa vida (sendo que raramente o fazem, aposto eu) ou para compor o cenário que nossa fantasia criou como sinônimo de “maternidade/ paternidade”.
No entanto, uma coisa que um bebê definitivamente custa (e isso não muda muito à medida que cresce) é TEMPO. Na verdade, considerando o público-alvo da Folha de SP (a classe média), eu diria que é bem mais importante pensar na questão “quanto custa um filho” em termos de tempo do que de dinheiro. Porque o essencial mesmo para se ter um filho, em termos de custos financeiros, uma pessoa de classe média consegue bancar, com ou sem aperto. O berço pode ser comprado parcelado e os outros móveis do quartinho adaptados; uma avó pode servir de back-up, economizando na babá, ou pode-se contratar alguém para dar um apoio por 1 ou 2 dias da semana; o enxoval pode ser herdado de amigos e parentes (e muitas peças novas serão recebidas de presente); as fraldas costumam ser doadas por amigos e colegas de trabalho no chá de fralda; o plano de saúde da empresa (para assalariados) cobre as despesas com consultas e vacinas podem ser na rede pública.
Portanto, ao invés de falar em dinheiro, que tal falar sobre o tempo? (já que tempo é dinheiro mesmo, não é o que dizem?)
Filhos custam, além de dinheiro, TEMPO. É preciso gastar seu tempo para alimentá-los, acalentá-los, vesti-los, trocá-los, brincar e conversar com eles e, sobretudo, olhar e estar com eles. Fiquei chocada com a página da Pampers no Facebook onde se recomenda passar “pelo menos 15 minutos” com o filho depois de chegar em casa do trabalho. Como assim, 15 minutos?!
Vou encerrar com as palavras do sociólogo e escritor argentino Sergio Sinay, tiradas da excelente entrevista feita pela Isabel Clemente, da Mulher 7×7, do site da revista Época:
Não há qualidade sem quantidade. Em qualquer tarefa para alcançar qualidade é preciso tempo, compromisso, dedicação. O famoso “tempo de qualidade” de que falam muitos pais – e que inclusive tem o apoio de pediatras e psicólogos infantis – é uma desculpa para que os pais não se sintam culpados. Os pais são adultos e um adulto sabe que na vida não se pode tudo. Há que optar. Para dedicar tempo aos filhos, é preciso deixar outras coisas de lado. O “tempo de qualidade” são cinco minutos nos quais os pais culpados dão tudo aos filhos para evitar o conflito. Isso faz muito mal aos filhos. Se não há tempo, não há qualidade. E se não há tempo para os filhos, é preciso pensar antes de se tornar pais. Depois é tarde.

Portanto, na hora que alguém levantar o assunto do “custo” de um filho, lembre-se de colocar na balança não só o dinheiro, mas, principalmente, o tempo que você tem à disposição. Aposto que, mesmo que ele nunca venha a te agradecer, seu filho será muito mais grato pelo tempo que passaram juntos do que com o dinheiro gasto com ele.

Espero que gostem, beijinhos da Thy!

Um comentário:

  1. É, não tem preço mesmo...

    Gostei!

    Ótima semana para você, Thy!

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